O vento inventa seus apitos de infäncia na minha vidraça, na rua, um guarda assombra seu medo com um apito de brinquedo. Minha noite, mal começada, espreme suas horas em bits e bits. Instantâneos de um quadro que não foi pintado, com o mar, lá ao fundo, a borrifar os coqueiros com as ondas que fabrica. Há vida lá fora. Alguém segura o elevador que protesta. Os relógios contam a fábula do tempo previsível. Atiro para longe meu pincel imaginado, escondo esse quadro, para que ninguém desmonte sua fábula.
Instantâneo Noturno
Publicado por Joana Belarmino
Jornalista, professora de Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba, Mestra em Ciências Sociais, Doutora em Comunicação e Semiótica. Escritora, membro do Clube do Conto da Paraíba, Observadora credenciada do #OPJor, Observatório Paraibano de Jornalismo; coordenadora do projeto de extensão #MonitoraUFPB, analisando a qualidade da acessibilidade nos portais de notícias da Paraíba. Ver todos os artigos por Joana Belarmino
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