E se não Tivéssemos Pedido Bis?

Acabara-se a primeira parte do concerto. A pianista, toda de branco, deixou o palco, enquanto os aplausos ribombavam. Ela voltou, fez outra referência e então, começamos a aplaudir como se pedíssemos “mais um”, num ritmo frenético de mãos unidas.

Juliana D-agostini sentou-se novamente ao piano e então assistimos impressionados ao melhor número daquela noite. Suas mãos como que dançavam, ganhavam asas de pássaros, ou então repousavam num recamado de notas suaves, deliciando nossos ouvidos.

Foi mesmo um belo momento, prestigiado por uma sala Maestro José Siqueira parcialmente lotada. Um momento para fechar com chave de ouro, a participação da pianista Juliana D-agostini no concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba, na última quinta-feira, 27 de novembro, na fundação Espaço Cultural.

Ao final do concerto, Juliana postou-se na saída, cumprimentando as pessoas. Estive por alguns minutos ao seu lado, disse o quanto havia gostado de sua apresentação e saí de lá com vontade de saber mais acerca daquela jovem brilhante.

Como qualquer ente da era contemporânea, Juliana conta com muita informação na Wikipedia. Começou a estudar piano aos cinco anos (hoje ela está com vinte e oito anos),tendo se formado pela Universidade de São Paulo. Diz-nos a Wikipedia: “sob a tutela de Eduardo Monteiro, fez especializações na França, Académies Internationales d’Été du Grand Nancy e Strasbourg National Conservatoire, e nos Estados Unidos, sob a regência de Wha Kyung Byun, em Boston, de Caio Pagano, no Arizona, e de Max Barros, em Nova York.

Iniciou os trabalhos como modelo para financiar seus estudos no exterior. Fotografou importantes campanhas nacionais e desfilou em semanas de moda no exterior. Além de ter conquistado diversos prêmios, solou com importantes orquestras como Orchestra Femminile Italiana, Curitiba Sinfônica, Orquestra Sinfônica da Bahia, Filarmônica Vera Cruz, Orquestra Sinfônica Heliópolis, OCAM, USP Filarmônica e Bachiana Filarmônica”.

Sua participação no concerto da OSPB deixou-me impressionada. O piano de Juliana D’agostini, em diálogo com os outros instrumentos, era ao mesmo tempo discreto e brilhante. A suavidade dava o tom e envolvia as execuções num halo de beleza indescritível.

E se não tivéssemos pedido bis? Foi por causa do bis que Juliana voltou e tocou sozinha. Uma peça vibrante, alegre, suave, plena de beleza.

Dois álbuns gravados, e você não sabe dizer do qual gosta mais. O primeiro, gravado em 2007, contém oito peças para cello e piano, onde ela executa com o violoncelista Catalin Rotaru. O segundo é de 2013, com oito peças para violino e piano. Neste, Juliana D’agostine executa com o violinista Emmanuelle Baldini.

Do clássico ao contemporâneo, Juliana D’agostini executa desde Chopin à Villa-lobos. Seus álbuns podem ser comprados pelo Itunis. Sua carreira, tenho certeza, será longa, e plena de êxito.

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