A Política e os seus Movimentos

Prenunciam-se os próximos movimentos da política brasileira, que em alguns casos, serão lentos e cuidadosos, em outros, acelerados e com intensa cobertura midiática.

O movimento principal, refere-se ao fim do governo Temer. Caíram por terra, todas as fábulas habilidosamente gestadas desde março passado. Ruiu a fábula juridicamente construída num powerpoint, de que Lula era o chefe da quadrilha de corruptores do dinheiro público brasileiro; ruiu a fábula de que não se deu um golpe parlamentar, jurídico midiático no país; finalmente, desmantelou-se a fábula de que o presidente Temer faria um Brasil novo, com a sua famosa ponte para o futuro, reequilibrando as contas públicas e recolocando novamente o país nos trilhos do capital internacional.

Esse primeiro movimento, do fim do governo Temer, será lento, contará com proteção midiática e com inúmeros eventos de blindagem. O governo acabou, mas pode ser que Temer persista agarrado ao mandato, por artifícios os mais variados, por muito tempo ainda. Segurar-se-á nos privilégios e benesses que o cargo oferece, e poderá tomar medidas importantes, como a reforma e a mudança para o alvorada, e a formidável volta, às arrecuas, para o palácio do Jaburu, sem que na mídia se promova qualquer levante importante.

Para não falarmos de reformas mais definitivas, como a Pec do fim do mundo e a reforma da previdência,

Já o segundo movimento da política, diz respeito às eleições de 2018, e a possível participação do ex-presidente Lula como candidato. Prosseguirá, na mídia, no judiciário e no parlamento, o brutal desgaste da personalidade do político, mesmo que as investigações não tenham ainda topado com provas importantes que possam levar ao seu encarceramento e futuro julgamento.

O terceiro e decisivo movimento da política, apoiado pela mídia, pelo judiciário e parte do parlamento, diz respeito ao PSDB, que aliado à Eduardo Cunha, forjou o golpe, apoiou o plano Michel e agora vem ocupando postos importantes no governo, enquanto se dá curso à sua primeira cartada, o pedido de cassação da chapa Dilma Temer.

Nas democracias, seria lícito que o perdedor aceitasse os resultados, como bem disse o ex-presidente Obama, nas últimas eleições dos Estados Unidos. O candidato do PSDB, assim como seus apoiadores, chegaram a comemorar a vitória em 2014. A comemoração durou pouco tempo. A candidatura Dilma reagiu e ela foi eleita com três milhões de votos a mais.

A inconformidade de Aécio Neves trouxe o país até aqui. Quem sabe os líderes do seu partido possam agora embarcar no poder, como já está ocorrendo, sem um voto sequer que lhes dê lastro.

(Este post foi publicado ontem, em minha coluna impressa do Jornal  #AUniao)

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