A Palavra das Urnas

No próximo domingo, as urnas dirão a palavra final sobre as eleições presidenciais de 2018. As urnas encerrarão o debate sobre quem, ou o quê venceu a batalha: Se o fascismo, a mediocridade, a apologia à violência e à mentira, ou a defesa da democracia, da justiça social, do resgate de um projeto de inclusão e cidadania.

A verdade é que nesses últimos dias de campanha, tenho pensado no ex presidente Lula, encarcerado em Curitiba, mas, reinando como um hárbitro silente e justo sobre o processo histórico, político e democrático do nosso país. Lula tem nos apresentado lições que não sei se serão plenamente compreendidas ao longo da história. Lula tem indicado caminhos, tem apontado bifurcações, passagens e possibilidades de saltos, nessa difícil estrada por onde tentamos prosseguir.

Um dos seus gestos marcantes foi a indicação da presidenta Dilma à presidência da república. O Brasil inaugurou a era em que a mulher ocupou lugar de destaque, o mais importante. A sociedade, a mídia, o parlamento, a oposição  e o judiciário, não compreenderam o gesto de Lula, tampouco reconheceram e apoiaram a eleição da presidenta pelo voto popular, sobretudo a partir do seu segundo mandato.

E eis que agora estamos votando numa segunda indicação do ex presidente Lula. O candidato Fernando Haddad, que ao longo dessses mais de quarenta dias de campanha tem se revelado um humanista, um estadista, um incisivo defensor da cidadania, da justiça social, da luta pelo fim da pobreza e das desigualdades que separam ricos e pobres.

As urnas dirão, no domingo, a única palavra que definirá os destinos do país nos próximos quatro anos. Essa palavra decisiva, virá carregada de significados e desafios difíceis a serem enfrentados.

Caso vença a democracia, corporificada na candidatura Haddad, A sociedade brasileira, os movimentos sociais e o governo eleito, terão de se unir às forças progressistas e democráticas do país, no sentido de que seja estabelecido um pacto de governabilidade que preserve a democracia e permita que seja posta em prática a plataforma política que alçará o candidato à presidência da república.

Mais que isso, há que se vencer a narrativa e os gestos políticos da polarização, do divisionismo, há que se vencer os discursos e os gestos de ódio que estão minando a capacidade do diálogo, da sociabilidade e da convivialidade pacíficas.

Se entretanto as urnas pronunciarem a palavra da vitória do fascismo, da intolerância, do estado mínimo, do governar para o mercado nacional e internacional, do mesmo modo, toda a sociedade terá de arregimentar suas forças democráticas e progressistas, em defesa da cidadania, da inclusão social, de um projeto de nação sintonizado com a defesa dos direitos das classes trabalhadoras e dos mais humildes.

O telegrama das urnas será curto e definitivo. Para o país, qualquer que seja o seu significado, restará um longo e duro processo de enfrentamento das feridas que a refrega política tem marcado, nos corpos e nas almas de todos nós.

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