Nós que elegemos o presidente Lula, estamos divididos por dois sentimentos antagônicos: Um sentimento de celebração e de vitória, outro de preocupação e vergonha. É como se vivêssemos em duas realidades. Numa em que sorrimos e sonhamos com o futuro bom que se avizinha, outra em que há poluição, paralisia e ódio sendo destilado. Mas o que mais me inquieta é assistir à imprensa televisiva agarrada ao discurso mal_ dito do presidente Bolsonaro, tentando editar suas melhores partes, tentando encontrar naquela ffala canhestra de dois minutos, frases que ele não disse, intenções que ele não teve, reconhecimentos que ele não fez. Vendo esse comportamento midiático, reconheço que ao longo desses quatro anos, a imprensa sempre esteve agarrada à uma linha editorial de minimização dos danos e dos ditos nefastos do presidente Bolsonaro. Não, mídia brasileira. Bolsonaro, o derrotado, apresentou-se ao seu séquito como herói; destilou seu discurso de ódio, prosseguiu na sua narrativa do nós contra eles. Deixará o planalto pporque é de lei, porque o estado brasileiro assim determina. Indago se fossem Dilma ou Lula, a fazerem essa fala ao país. O que a mídia estaria dizendo?
Até Quando A Imprensa vai Editar Bolsonaro?
Publicado por Joana Belarmino
Jornalista, professora de Jornalismo na Universidade Federal da Paraíba, Mestra em Ciências Sociais, Doutora em Comunicação e Semiótica. Escritora, membro do Clube do Conto da Paraíba, Observadora credenciada do #OPJor, Observatório Paraibano de Jornalismo; coordenadora do projeto de extensão #MonitoraUFPB, analisando a qualidade da acessibilidade nos portais de notícias da Paraíba. Ver todos os artigos por Joana Belarmino
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